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Teoria da congruência de gênero: Um enviesamento da percepção sobre o feminino 

É fato que o papel das mulheres dentro das organizações tem se mostrado cada vez mais saliente. Com representação em massa no mercado de trabalho, elas avançam com mais segurança e determinação, amparadas por qualificações extraordinárias. Entretanto, sabemos que as limitações para a validação das qualidades femininas vão além de cargos e diplomas, e chegam a níveis mais profundos. Fenômenos como teto de vidro e vieses inconscientes ilustram barreiras que impedem as mulheres de avançar a cargos mais elevados em suas empresas, ainda que possuam qualificações elevadas. 

Muitas vezes, as próprias mulheres não percebem que suas qualidades como colaboração e empatia são tão valiosas no momento atual, de revolução digital e economia colaborativa. Ela também corre o risco de reproduzir alguns preconceitos reforçado pela cultural patriarcal, como por exemplo o fato de escolher a maternidade é antagônico a ambição de carreira. 

Uma das teorias que estuda uma destas barreiras chama-se Teoria da Congruência de Gênero. O termo foi cunhado pelos psicólogos organizacionais Alice Eagly e Steven Karau em 2002. Ela propõe que um grupo será mais bem avaliado se suas características estiverem alinhadas aos seus papéis sociais típicos. Ou seja, mulheres tendem a ser melhor avaliadas se expressarem características condizentes com o que lhe é esperado socialmente, como cooperação, suporte emocional, cuidado e elogios. Aos homens, usualmente espera-se que exibam características como diretividade, assertividade e dominância.  

Mas a origem deste preconceito pode ter raízes ainda mais perversas: Nas próprias mulheres. Pesquisadores investigaram como as expectativas de colegas de trabalho sobre seus líderes impactava no preconceito que era direcionado a eles. O estudo mostrou que os participantes mostraram mais preconceito contra a líder mulher, principalmente se esta liderava uma empresa incongruente com seu papel de gênero (por exemplo). Mas o mais curioso é que o preconceito era mais expresso por outras mulheres do que por homens. De acordo com a pesquisa, as mulheres possuíam maior tendência a ver candidatas mulheres como menos qualificadas e com menos chances de conseguir uma promoção. Ou seja, se somos humanos somos enviesados e reproduzimos os principais preconceitos presentes na cultura que estamos mergulhados. Precisamos estar atentos e atentas. 

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