Alguns dias atrás o CEO da Shopify soltou a bomba no mundo corporativo: “nada de novas contratações sem antes provar que a IA não dá conta do trabalho”.
O que assustou muita gente e trouxe inúmeras incertezas para um mundo já em transformação. Porém, por outro lado, trouxe um aviso: a IA chegou e quem não se adaptar a ela vai ficar para trás.
No memorando completo, enviado no final do mês passado e divulgado no X (antigo Twitter), Tobi Lütke afirma que o uso reflexivo e contínuo da IA passa a ser uma expectativa básica dentro da Shopify. Para ele, a IA representa a transformação mais rápida na forma como o trabalho é feito em toda a sua carreira — e usá-la bem é uma habilidade que só se adquire com prática constante.
O uso da IA, no entanto, ainda desperta muitas dúvidas. Além de conceituais, práticas. Por exemplo: funcionários convidados a usarem a IA em seus trabalhos ainda não sabem como adequar as normas internas da empresa ou quais são as regras ou limites para o uso das ferramentas. Ou mesmo sequer sabem usá-las, visto que estamos falando de tecnologia recentes para as quais, muitas vezes, nem existe ainda um treinamento específico.
Então, não é difícil concluir onde essa batata quente vai parar: nas mãos dos gestores. Não se trata mais de um problema da TI ou de esperar manuais específicos. Se trata de correr atrás de um bonde que já está em movimento. E a liderança contemporânea exige que se abrace a IA não como um inimigo ou ameaça, mas como uma ferramenta útil nos diversos processos de trabalho, da criatividade à otimização de tempo.
No email de Lütke com a decisão, outro ponto também chamou a atenção: o uso das IAs agora é critério de promoção dentro da Shopify. Isso quer dizer que apenas saber usar as ferramentas de inteligência artificial é o mínimo a ser esperado de um colaborador. Irá se destacar que souber tirar o máximo delas.
Estamos falando de uma empresa com milhares de funcionários e bilhões em receita. Que está tratando a IA como um novo idioma obrigatório. Quem não fala, não participa da conversa. Simples assim.
Assim como saber usar o Office ou Windows se tornaram obrigatórios no início dos anos 2000, não vai demorar pra Inteligência Artificial se tornar pré-requisito. A IA já está nos bastidores das promoções, nas análises de performance e na produtividade, inclusive no Brasil.
A Forbes Brasil publicou em seu site uma reportagem que traz insights sobre como prompts de IA, como o ChatGPT, podem ajudar líderes a pensar de forma mais estratégica, analisar cenários e tomar decisões com mais clareza e rapidez. A conclusão da matéria é aparentemente simples, mas ainda assusta: a chave está em saber como usar essas ferramentas a seu favor.
Agora, dominar IA não é opcional. O uso de ferramentas de IA será incorporado às avaliações de desempenho e revisões entre colegas. O futuro do trabalho não pertence a quem tenta competir com a IA, mas a quem sabe como integrá-la ao seu potencial humano.