“Não fazemos praticamente nada sozinhos.”
Essa frase, simples e direta, carrega uma verdade profunda — especialmente no mundo corporativo. Em um ambiente de negócios cada vez mais colaborativo, onde equipes multifuncionais e projetos interdependentes são a regra, a capacidade de influenciar pessoas se torna uma das competências mais valiosas para qualquer profissional.
Seja no dia a dia de uma liderança, na condução de times, ou mesmo nos bastidores da gestão de pessoas, a influência é a força silenciosa que movimenta decisões, gera engajamento e constrói resultados sustentáveis.
A Interdependência no Ambiente Corporativo
Muito do que precisamos realizar no trabalho depende de outras pessoas. Quando não temos autoridade formal — e mesmo quando temos — precisamos mobilizar, envolver, engajar. É aí que entra a influência.
Influenciar não é manipular. É saber trocar. Trocar ideias, trocar apoio, trocar valor. É entender que, por trás de toda colaboração bem-sucedida, existe uma negociação invisível: “Eu te ajudo com isso agora, e conto com você depois” — ainda que de forma não verbalizada.
A influência se apoia, essencialmente, na lei da reciprocidade. As pessoas se sentem naturalmente inclinadas a retribuir favores, esforços ou contribuições que receberam. Isso cria uma base sólida para relações produtivas, dentro e fora das estruturas formais da empresa.
Como Exercemos Influência no Dia a Dia
Segundo Allan Cohen, especialista em liderança e comportamento organizacional, há pilares fundamentais que sustentam a influência no contexto empresarial:
- Gerar reciprocidade: Oferecer aquilo que o outro valoriza, em troca do que você precisa.
- Construir boas relações: Pessoas ajudam quem conhecem e confiam.
- Mostrar competência: Ser referência técnica e comportamental aumenta sua capacidade de convencimento.
- Colocar os objetivos da empresa acima dos seus: Isso gera credibilidade e fortalece sua reputação.
- Planejar suas abordagens: A influência exige preparo, leitura de contexto e clareza de objetivos.
E, talvez o mais importante: a dificuldade em influenciar muitas vezes está em nós mesmos. Não por falta de habilidade, mas por desconhecimento ou por agir no automático, sem uma estratégia clara.
Um Papel Estratégico na Cultura da Influência
Para as áreas de Recursos Humanos, a influência é uma ferramenta estratégica. RHs que promovem ambientes baseados em confiança, colaboração e troca fortalecem a cultura organizacional e favorecem a produtividade.
Mais do que gestores de processos, os profissionais de RH são promotores de relações humanas saudáveis. E, para isso, precisam também ser influenciadores: ao alinhar lideranças, engajar colaboradores e sustentar mudanças organizacionais.
Da mesma forma, líderes que sabem influenciar seus times — e não apenas delegar com base no poder do cargo — criam ambientes de alta performance mais sustentáveis.
Influência é uma Construção
Influenciar requer consciência, intencionalidade e prática. Em alguns casos, bastam bons relacionamentos e credibilidade. Em outros, é preciso construir uma abordagem mais cuidadosa, avaliando o que a outra pessoa valoriza e quais recursos você tem para oferecer.
Seja qual for o caso, o primeiro passo é sempre o mesmo: reconhecer que ninguém realiza nada grandioso sozinho. E que, ao aprender a influenciar de forma ética e consciente, estamos fortalecendo não apenas nossa atuação individual, mas também os laços que movem toda a organização.
