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Principais ações de empresas para trabalhar a saúde mental da equipe

A saúde mental no ambiente de trabalho deixou de ser apenas uma tendência e passou a ser uma necessidade estratégica para empresas e colaboradores. Em um cenário onde a ansiedade, o estresse e o burnout estão entre as principais causas de afastamento, organizações de diferentes setores estão implementando iniciativas inovadoras para cuidar do bem-estar de seus times.

Neste artigo, vamos apresentar as principais ações que empresas brasileiras e internacionais têm adotado para fortalecer a saúde mental, com exemplos práticos, dados de impacto e tendências que já moldam o futuro do trabalho.

1. Programas de apoio psicológico e terapias

O acesso ao acompanhamento psicológico se tornou uma das práticas mais comuns. Muitas empresas oferecem atendimento presencial ou via plataformas digitais, como o Zenklub, utilizado pela Votorantim Energia.

A Danone Brasil investe cerca de R$ 1,8 milhão por ano em um centro de apoio que inclui psicologia, orientação financeira e jurídica, além de telemedicina e ginástica laboral. Essas iniciativas mostram que cuidar da saúde emocional vai além da terapia, abrangendo também suporte em outras dimensões da vida do colaborador.

2. Formação e liderança consciente

A saúde mental nas empresas depende fortemente da postura das lideranças. A Concentrix, por exemplo, criou o programa Toc Toc, no qual funcionários participam de conversas descontraídas com o RH. Além disso, treinam gestores para identificar sinais de estresse e angústia nos times.

Segundo pesquisa da FGV/Eaesp, a efetividade das iniciativas de bem-estar está diretamente relacionada à capacidade das lideranças em comunicar, escutar e agir com empatia.

3. Atividades de relaxamento e integração

Empresas como a EF English Live promovem aulas de dança, culinária, exercícios respiratórios e até happy hours online. Outras organizações apostam em mindfulness, ioga, ginástica laboral e dinâmicas de integração, que ajudam a reduzir o estresse e fortalecem os laços entre as equipes.

4. Flexibilidade e dias de autocuidado

Políticas de flexibilidade também estão em alta. A Johnson & Johnson Brasil adotou redução de jornada e licenças especiais para apoiar colaboradores em momentos de maior necessidade.

Já startups internacionais implementaram práticas como mental health days (dias de autocuidado) ou mandatory PTO (folgas obrigatórias), para garantir que os profissionais tirem pausas reais do trabalho.

5. Reconhecimento e cultura de escuta

Empresas estão investindo em criar ambientes mais abertos e transparentes. Políticas de escuta ativa, apoio entre pares (peer support) e reconhecimento contínuo são fundamentais para aumentar a confiança e reduzir o estigma em torno da saúde mental.

6. Programas integrados e uso de dados

Ferramentas como pulse surveys (pesquisas rápidas) e plataformas de bem-estar estão ajudando gestores a entender as necessidades reais dos colaboradores. Um exemplo é o programa da Microsoft Viva, que combina cursos de atenção plena, coaching financeiro e insights para prevenir burnout.

Outras organizações, como a Unilever e a Nike, oferecem desde semanas dedicadas ao bem-estar até acesso gratuito a terapias e coaching.

Casos brasileiros de destaque

No Brasil, algumas empresas vêm se destacando:

  • Companhia Brasileira de Alumínio (CBA): mantém há 8 anos um programa de saúde mental que recebeu o selo Great People Mental Health.
  • B3 (Bolsa de Valores): oferece psicoterapia online, mindfulness, yoga e reduziu em 40% a sinistralidade do plano de saúde nos últimos 3 anos.
  • Johnson & Johnson Brasil: flexibilização de jornadas e aconselhamento.
  • Votorantim Energia: atividades de meditação, yoga e terapia online.

Mais do que tendência: necessidade urgente

Uma pesquisa da Conexa (2025) revelou que 87% das empresas brasileiras registraram afastamentos por doenças mentais neste ano, sendo ansiedade (51%) e burnout (14%) os principais diagnósticos.

Além disso, o Projeto de Lei 4479/24, em tramitação no Brasil, pode obrigar empresas com mais de 50 funcionários a oferecer programas estruturados de saúde mental, incluindo sessões psicológicas gratuitas e treinamentos de gestores.

As empresas que investem em saúde mental não apenas reduzem custos com afastamentos, mas também aumentam o engajamento, a produtividade e a retenção de talentos. O futuro do trabalho exige ambientes mais humanos, flexíveis e abertos — e o cuidado com a saúde emocional é um dos pilares dessa transformação.

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